15 de novembro de 2024
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Referente a matéria “O Remédio Mais Perigoso do Mundo”, capa da edição de outubro desta revista, a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) vem por meio desta se manifestar a respeito de alguns pontos:
1 – Consideramos de grande importância a realização de matérias alertando sobre o uso indiscriminado de qualquer medicamento, principalmente os de uso controlado, como os opioides.
2 – Porém observamos que na matéria faltou mencionar de forma mais clara os casos em que estes medicamentos se fazem necessários, com espaço para que especialistas no tratamento de dores crônicas pudessem explicar sua aplicação, como por exemplo, em casos de pacientes sob acompanhamento de cuidados paliativos, na qual sua utilização é realizada mediante constante acompanhamento da equipe médica e o controle da dor é considerado padrão de qualidade, influenciando diretamente na sobrevida e qualidade de vida dos paciente.
3 – De acordo com último relatório da The Economist Intelligence Unit de 2015, intitulado “The Quality of Death Index”, apesar de nos últimos dez anos o acesso a opioides ter melhorado no Brasil, ainda existe dificuldade de encontrá-los fora de grandes capitais, fazendo com que as pessoas continuem sofrendo com dor não controlada, e consequentemente, morrendo de forma inadequada com grande sofrimento. Essa é uma das razões pela qual, no índice de países com melhor qualidade de morte, o Brasil se encontre na 42ª colocação, abaixo de países latino-americanos como Equador, Uruguai, Cuba e Argentina e de países africanos como Uganda e África do Sul.
4 – O consumo per capita de opioides no Brasil é de 10 mg/per capita/ano, sendo que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 190 mg/per capita/ano, mas alguns países apresentam consumo elevado como os EUA 700 mg/per capita/ano, que são situações de exceção.
5 – ANCP é contra a utilização indiscriminada de qualquer tipo de medicamento, mas ressalta que é de extrema importância esclarecer em quais casos o uso se faz necessário.
Atenciosamente,
Academia Nacional de Cuidados Paliativos
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