O fenômeno do Cuidado Paliativo em Salvador

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24 de abril de 2019

O fenômeno do Cuidado Paliativo em Salvador

Tudo começou em 2011 com muita dificuldade, “inicialmente fomos buscar a formação. As barreiras eram muitas, as pessoas não entendiam do que estavam falando, tinha uma falta de conhecimento do gestor, do público, dos benefícios que o Cuidado Paliativo pode oferecer ao sistema de saúde. O cenário era desanimador. Mas, aos poucos, semeando, a gente conseguiu ir cultivando a cultura do Cuidado Paliativo junto com a equipe. Fomos fomentando para outras pessoas procurarem o tema e a sensibilização foi acontecendo aos poucos”, explicou a paliativista Manuele de Sales Andrade Alencar, hospitalista do serviço de Cuidados Paliativos do Hospital Santa Izabel Santa Casa da Bahia.

Segundo Manuele, somente em 2014 surgiram os primeiros serviços de Cuidados Paliativos estruturados em Salvador. Em 2015 foi criada a primeira enfermaria de Cuidados Paliativos na Santa Casa. “Eram pequenos serviços, mas que foram capazes de aumentar a disseminação e sensibilização, das pessoas buscarem informações sobre o assunto, de terem os primeiros treinamentos de equipes. Isso foi um ponto fundamental para o crescimento do Cuidado Paliativo”, relatou a especialista.

A partir daí, os serviços na cidade foram se estruturando de forma mais organizada. Em 2016 chegou o primeiro curso na área e foi realizado o primeiro Fórum de Cuidados Paliativos pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CRMEB). Ao longo de 2017 foram realizados eventos denominados Café Paliativo, disseminando as informações para os colegas da cidade. Com o compartilhamento de conhecimento, o interesse foi aumentando e os serviços foram sendo consolidados.

De acordo com a paliativista, essa evolução se deu principalmente pela união de uma comissão multidisciplinar, de instituições diferentes, que caminharam juntos em prol do mesmo objetivo. “Já temos diversos depoimentos de colegas sobre os benefícios do nosso trabalho. Mas sabemos que ainda temos de caminhar bastante. A maioria ainda não tem equipe muito grande, precisa se consolidar. Também temos o objetivo de levar o Café Paliativo para o interior, levar os resultados de Salvador para o restante do estado. Ainda temos o desafio de participar de política públicas do nosso estado para que a gente possa oferecer um Cuidado Paliativo de qualidade aos pacientes na Bahia”, comentou.

Manuele de Sales Andrade Alencar, é médica formada pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, tem formação em Cuidados Paliativos pelo IEP – Hospital Sírio Libanês, hospitalista do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital Santa Izabel, Santa Casa da Bahia, e consultora em Cuidados Paliativos da Bahia Home Care, Atenção Domiciliar. E esteve entre os palestrantes nacionais do VII Congresso Internacional Cuidados Paliativos da ANCP, realizado entre os dias 21 e 24 de novembro de 2018.


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