15 de novembro de 2024
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Em agosto de 2014, o serviço de cuidados paliativos do Hospital Estadual Mário Covas, na cidade de Santo André-SP, começou com uma ideia de humanização do hospital terciário feita pelo médico Desiré Callegari, superintendente da instituição. O médico Yuri Louro de Abreu, que realizava ambulatório de dor seguindo pacientes com demanda de atenção paliativa foi convidado a ampliar a atuação para as enfermarias. Desta forma junto com a psicologia iniciaram uma abordagem dos pacientes e familiares das unidades de internação.
A equipe atualmente é formada por diversos profissionais e tem vínculo com a empresa Cuiddar, contratada pelo hospital. É formada por quatro médicos, uma fisioterapeuta, uma fonoaudióloga, uma dentista, uma nutricionista, uma psicóloga, dois capelães, um teólogo, uma assistente social, duas estomatoterapeutas, dois enfermeiros, e uma farmacêutica. São atendidos cerca de cinquenta pacientes por mês nos ambulatórios que são divididos nos atendimentos médicos quatro dias na semana, com consultas de meia hora para os retornos e uma hora para casos novos. A média é de quarenta pacientes por mês acompanhados nas enfermarias, incluindo pacientes de seguimento exclusivo pela equipe ou em conjunto com outras especialidades médicas. “Com os anos as diferentes especialidades foram entendendo a nossa proposta, que vai muito além de apenas o acompanhamento na terminalidade da vida, e estão encaminhando os doentes mais precocemente para início de vínculo ou atenção ao controle de sintomas”, pontuou uma das coordenadoras do serviço de Cuidados Paliativos, Rebeka De Paschoal Silva.
O grupo conta com dois médicos pediatras, facilitando o acesso a esses pacientes que são atendidos em ambulatório específico. Também ocorre o seguimento durante a internação nos setores de UTI e enfermaria pediátricas. Nas unidades neonatais são atendidos bebês que seguirão o acompanhamento ambulatorial. “Estamos no processo de desmistificação da relação da equipe de cuidados paliativos apenas com a terminalidade de vida”, destaca a médica.
O serviço também recebe residentes do primeiro, segundo e terceiro anos de anestesia e terceiro ano de pediatria para acompanhamento. Segundo a coordenadora, isso auxilia na formação do profissional mais humano, com olhar amplo do paciente e suas esferas de atenção, não apenas a física. Além disso, são feitas atividades de educação continuada com as equipes multiprofissionais levantando discussões e propondo orientações sobre as indicações e objetivos dos cuidados paliativos.
Rebeka De Paschoal Silva, salienta que as dificuldades ainda estão nos profissionais da saúde entenderem quando devem chamar a equipe e quais os objetivos de cuidados, não apenas na terminalidade. “Na pediatria, principalmente na neonatologia, a ideia do “ter que fazer tudo” pensando apenas na terapêutica e não necessariamente no paciente e na evolução desfavorável relacionada às suas patologias, dificulta o cuidado e aceitação de sugestões de tratamento e limitações”, explica a médica. No entanto, ela pontua que percebem que as próprias famílias trazem o conceito ou acompanham o seguimento do grupo a outros pacientes e muitas vezes a solicitação do atendimento de Cuidados Paliativos parte delas. Um exemplo, é na neonatologia, pois muitas mães sugerem para as outras procurarem o atendimento ambulatorial.
Um dos diferenciais da equipe é o teólogo que aborda as necessidades espirituais dos pacientes que nem sempre são religiosas. Para um trabalho homogêneo são realizadas reuniões semanais com a equipe multiprofissional. Segundo uma das coordenadoras do serviço de Cuidados Paliativos, Rebeka De Paschoal Silva, atualmente nota-se que o grupo vem ganhando forças com o aumento na procura dos profissionais de diversas especialidades de saúde para uma melhor compreensão quanto aos objetivos de um serviço de Cuidados Paliativos. “Eles percebem que a atenção do grupo pode ocorrer em diversas fases da vida de um paciente, seja no diagnóstico de uma doença que ameace a vida, na reabilitação do paciente com uma nova situação após patologias limitantes ou na abordagem da finitude naqueles com doenças avançadas e/ou progressivas sem proposta de tratamento curativo” destacou.
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