ANCP aborda a Política Nacional de Cuidados Paliativos em live da Oncoguia

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31 de maio de 2024

ANCP aborda a Política Nacional de Cuidados Paliativos em live da Oncoguia

O presidente da ANCP, Dr. Rodrigo Castilho (@kappelcastilho), e o Dr. Douglas Crispim (@crispimcp), ex-presidente da ANCP e membro da diretoria da WHPCA (Wordwide Hospice Palliative Care Alliance) participaram na última quarta-feira, 29/05, de uma live no perfil do Instagram do Instituto Oncoguia (@oncoguia) sobre a nova Política Nacional de Cuidados Paliativos, a convite da presidente da entidade, Luciana Holtz (@luholtz).

O objetivo foi esclarecer os principais pontos da Nova Política Nacional de Cuidados Paliativos, publicada pelo Ministério da Saúde, além de discutir a importância destas medidas para pacientes de câncer, entre outras doenças.

Castilho reforçou que o momento é de comemoração, após mais de dez anos de esforço conjunto, pois a PNCP possibilita ao país uma política que prevê orçamento, investimento, condição científica, medicamentos e equipes multiprofissionais em Cuidados Paliativos. “Essa urgência pelo acesso aos Cuidados Paliativos já existe, mas é bom lembrar que tudo ainda vem sendo construído. O caminho será estabelecido, pois vamos sair de 234 serviços para mais de 1.200 em todo o território nacional, como prevê a Política”, afirmou.

Para Crispim, o papel da sociedade civil foi muito relevante para a criação da PNCP, que traz uma mudança imediata. “O rito da lei é um recado para o paciente, para que ele exerça seu direito como cidadão. As ações previstas estão alinhadas com os parâmetros mundiais, o que é muito positivo e vai beneficiar os paliativistas sérios, aqueles que colocam a mão no paciente, e às vezes têm pouca valorização, não os ‘paliativistas fake news’”, ironizou.

Ele prosseguiu falando da sustentabilidade dos Cuidados Paliativos, que ajudam a não desperdiçar tempo com o sofrimento. “O paciente já tem o estresse da doença, não precisa ter mais um com o tratamento. O paliativista é um parceiro no tratamento da doença, já que o paciente pode vir a conviver com ela por dias, meses e até anos.”

O presidente da ANCP falou do tabu de que Cuidado Paliativo é somente para quando não há mais cura ou no final de vida. “Não é só isso! Muitos sofrimentos são evitáveis, como o social, o psicológico e a dor física. E também é necessário respeitar o paciente, como principal interessado, lembrando que também existe a família que sofre. Os Cuidados Paliativos, se oferecidos precocemente, aumentam a sobrevida do paciente”, avaliou Castilho.

O aumento no número de equipes, previsto na PNCP, foi destacado pelos especialistas como uma ação necessária para a capilaridade dos Cuidados Paliativos em todo o país, mas que depende da qualificação.

“Com a Política, o Brasil reconhece o valor dessa especialidade, mas é necessário investimento em capacitação. Aqui no país temos muitos pré-requisitos e não há especialidade médica em cuidados paliativos, o que nos envergonha. A disciplina é obrigatória nos cursos de medicina, mas será que isso está sendo cumprido? Nós, da ANCP, estamos fazendo um levantamento para saber qual a porcentagem de instituições que oferecem a disciplina”, disse Castilho.

“É um avanço gigantesco para Cuidados Paliativos contar com médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social. Mas tem espaço para muitos outros profissionais”, ressaltou o atual presidente da ANCP.

O momento é de celebração e de agora em diante também de planejamento, na opinião de Crispim. “É essencial pensar no tripé procedimentos, modalidades e acesso, pois serão muitos detalhes, como o dimensionamento das equipes, a montagem de um atendimento em domicílio, os protocolos a serem montados, dentre outros. A educação deverá estar conectada com a gestão, para não ser uma política estéril”, explica. “A territorialização e a planificação são desafios da PNCP. O SUS ensina o privado, então a expectativa é positiva”.

Ambos os especialistas concordam que o paciente deve ser ouvido sobre Cuidados Paliativos, pois é seu direito. “A dor do paciente é única e Cuidados Paliativos são uma ciência nova, que oferece uma solução multidisciplinar e permite mudar os desfechos”, destacou Castilho.

“O desejo do paciente de ser acompanhado por uma equipe de Cuidados Paliativos é inclusive uma diretriz do último Congresso de Oncologia”, lembrou Crispim. Ele salientou que o sucesso dessa especialidade são as pessoas, que cuidam do sofrimento dos outros, a despeito das adversidades e até da resistência de alguns hospitais em criar um serviço. “Há profissionais que insistem e focam em fazer, colocam a mão na massa para a coisa acontecer. Não somente na ponta, mas também há gestores com essa visão”, disse.

Sobre o futuro da Política, Crispim analisa que será preciso perseverança. “Não vai ser perfeito no início, mas paliativista de verdade, quando vê dificuldades, em vez de reclamar, vai ajudar e ver o que precisa para dar certo”, completou.

Thais Abrahão – Presstalk Comunicação

MAI/24


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