Os hospices no Brasil, embora ainda em fase de desenvolvimento quando comparados a países como os Estados Unidos e o Reino Unido, têm demonstrado um papel essencial na oferta de cuidados paliativos voltados para pacientes em estágio avançado de doenças graves.

Para discutir e aprofundar o assunto, a médica paliativista titulada pela AMB, com experiência de mais de 10 anos na assistência e gestão em cuidados paliativos, Fernanda Tourinho ministrou palestra no último dia 15 de novembro, durante o X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos, realizado em Fortaleza, Ceará.

Os hospices são instituições focadas em garantir conforto, dignidade e suporte emocional ao paciente e à sua família, integrando equipes multidisciplinares para atender às dimensões físicas, psicológicas, sociais e espirituais da experiência de fim de vida.

Segundo Fernanda, dados da ANCP mostram que no Brasil existem apenas 373 hospices, com uma distribuição extremamente desigual, muito focada ainda nas Regiões Sul e Sudeste. “Nos Estados Unidos, existem 5.200 agências – unidades, empresas – que ofertam esse serviço, atendendo 1,5 milhão de pessoas por ano. A partir disso, a gente consegue perceber o tamanho do caminho que ainda teremos que percorrer”, destaca.

Na oportunidade, a especialista destacou que os hospices são muito mais que um lugar, mas uma filosofia de vida, sendo a maior diferença quando comparado ao cuidado paliativo, o fato de ser um cuidado focado especificamente naquele período de terminalidade de vida, abordando o luto da família.

“Um dos lugares que inspira outros locais quando falamos de hospices e cuidados paliativos é a Casa de Cuidados do Ceará, considerada por muitos como uma casa de transição. É preciso que o Brasil discuta cada vez mais sobre esse assunto para que possamos avançar e que os cuidados cheguem a quem tanto precisa”, completa Fernanda.

Por Jéssica Petrucci – Presstalk/Vírgula