Introdução precoce de Cuidados Paliativos melhoram qualidade de vida de cuidadores

Lives e Webnars ANCP
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10 de junho de 2014

Introdução precoce de Cuidados Paliativos melhoram qualidade de vida de cuidadores

Conhecido como ENABLE III, um novo estudo demonstrou os benefícios de um programa de apoio específico para Cuidados Paliativos via telefone para cuidadores de pacientes com câncer avançado. O estudo foi apresentado durante o 50o encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizado no início do mês, em Chicago.

Os achados sugerem que quanto mais cedo os serviços de Cuidados Paliativos forem introduzidos aos cuidados, melhor os cuidadores lidarão com a experiência de cuidar de alguém.

“Cuidadores familiares são uma parte crucial na equipe responsável pelo paciente. Como o bem-estar de uma pessoa afeta o bem-estar de outra de maneira recíproca, as duas partes se beneficiam quando os cuidadores recebem Cuidados Paliativos”, disse Marie Bakitas, professora da Escola de Enfermagem da Universidade do Alabama em Birmingham e autora sênior do estudo.

“Nós observamos que quando os cuidadores começaram a receber o apoio dos Cuidados Paliativos na mesma época do diagnóstico de câncer avançado do paciente, eles tinham menos depressão, menor sensação de peso ao executar tarefas relacionadas ao cuidado e melhor qualidade de vida”, afirmou.

Nesse estudo, um dos primeiros a usar uma intervenção de Cuidados Paliativos paralelamente em pacientes e cuidadores, 207 pacientes com câncer recorrente ou metastático e 122 cuidadores familiares receberam apoio de Cuidados Paliativos numa intervenção via telefone.

Um grupo de pacientes e cuidadores familiares começou a receber essa intervenção num período de duas semanas de randomização (grupo imediato) enquanto outro grupo começou 12 semanas depois (grupo com atraso).

A análise atual avaliou os benefícios apenas para os cuidadores.

Depois do recrutamento e de uma avaliação pessoal, enfermeiras especializadas em Cuidados Paliativos utilizaram um currículo para ser usado via telefone e ofereceram um acompanhamento de apoio mensal para cuidadores e pacientes.

O currículo, desenvolvido especialmente para essa pesquisa, aborda temas como gerenciamento de problemas usando criatividade, otimismo, planejamento e informações de especialistas; autocuidado, incluindo alimentação saudável, exercício e relaxamento; trabalho junto ao paciente no controle de sintomas; construção de uma rede de apoio; tomada de decisão, apoio à decisão e planejamento de cuidados avançados.

A utilização do telefone para execução do programa simplificou o acesso ao apoio para cuidadores em áreas rurais.

Os pesquisadores observaram que, de maneira geral, a qualidade de vida, a depressão e o peso da demanda melhoraram no grupo imediato quando comparado com o grupo que recebeu Cuidados Paliativos tardiamente.

A intervenção precoce teve um grande efeito na diminuição da depressão e um efeito pequeno a médio na melhor da qualidade de vida e na diminuição na percepção do peso do cuidado.

“Infelizmente, aproveita-se muito pouco o espectro todo dos serviços de Cuidados Paliativos porque eles são introduzidos muito tarde no curso do tratamento de câncer’, explicou Marie.

“Pacientes e cuidadores deveriam entender que Cuidados Paliativos não é sinônimo de cuidado de final de vida, mas sim uma camada extra de apoio que pode ser oferecida juntamente com tratamentos médicos curativos”, disse.

Fonte: ASCO


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