7 de março de 2025
Bahia escreve capítulo important...
Com profissionais de cuidados paliativos que representam tão bem esse estado nordestino, a Bahia foi pioneira mais uma v...
O dia 26 de fevereiro de 2005 é uma das datas importantes na trajetória dos cuidados paliativos no Brasil, pois marca a fundação da ANCP (Academia Nacional dos Cuidados Paliativos). Este ano será de celebração dessas duas décadas de compromisso com a dignidade, humanização e qualidade de vida nos cuidados paliativos. E também de planejamento, para que o trabalho realizado até hoje siga envolvendo profissionais de diversas áreas de conhecimento de todo o país, com o objetivo de ampliar a qualificação, valorizar a especialidade e fazer com que seus benefícios alcancem o maior número de pacientes possível.
Para falar um pouco dessa linda trajetória e também de futuro, a ANCP realizou no dia 27 de fevereiro o webinar “ANCP faz 20 anos – Onde estamos?”, com convidados que são referências em cuidados paliativos e que fazem parte dessa história: Dr. João Batista Garcia, presidente da ANCP; Dra. Mirlane Cardoso, vice-presidente Médica e sócia-fundadora da ANCP; Thaís Gonçalo, vice-presidente Multiprofissional; Dr. Daniel Neves Forte, ex-presidente da ANCP (2017-2019); Dra. Maria Helena Franco, ex-diretora científica da ANCP (2021-2023) e atual coordenadora do comitê de Psicologia; Dr. Rodrigo Kappel Castilho, ex-presidente da ANCP (2023-2025), com mediação da Dra. Erika Lara, diretora de Comunicação.
O presidente da ANCP, Dr. João Batista Garcia, iniciou agradecendo a presença de todos no encontro, cujo objetivo é comemorar não apenas os 20 anos da ANCP, mas os cuidados paliativos no país, já que a Academia está intimamente ligada ao desenvolvimento da especialidade, difusão do conhecimento e formação de profissionais. “Já temos uma história exitosa, pois os cuidados paliativos cresceram de uma forma incrível. Já são quase 300 serviços registrados no Atlas, cada vez mais profissionais titulados, residências e cursos de especialização. E existe uma grande expectativa de viver este ano a implantação da política pública, que é um marco para a atividade. É essencial que os associados entendam a nossa história e participem disso e que aqueles que não são associados venham e se juntem à ANCP para trilhar o caminho conosco”, afirmou.
“Estamos aqui para valorizar a nossa história, lembrando que bem antes da fundação da ANCP já havia um trabalho árduo de alguns pioneiros e pioneiras, para oferecer um atendimento humanizado ao paciente”, afirmou a Dra. Mirlane. “Um deles foi o Dr. Marco Túlio, que até hoje inspira muitos de nós e que em 1997, em uma reunião da antiga Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, já vislumbrava a ampliação dos serviços e a necessidade de união para fortalecer os cuidados paliativos”, reforçou.
Dr. Rodrigo enfatizou a importância do aumento no número de serviços, de incentivos e de ações governamentais, a exemplo da PNCP (Política Nacional de Cuidados Paliativos). “Já percebemos movimentos para acelerar isso e suprir a escassez de serviços em todo o país, o que vai estar evidente no próximo Atlas. Novas academias estaduais foram criadas, o que amplia a representatividade dos estados, como percebemos no nosso último congresso. Cuidados paliativos vão seguir crescendo e será um grande aprendizado para todos”, completou o ex-presidente da ANCP.
Colaboração é a palavra-chave para isso, na opinião do Dr. Daniel, ex-presidente da ANCP. “É fascinante a capacidade que diferencia o ser humano dos demais seres vivos, de colaborar uns com os outros, usar linguagem e cultura. Só que nesse processo é preciso muitas vezes abrir mão do ‘eu’ em prol do ‘nós’, porque só a cooperação mútua nos faz crescer”, explicou.
“Como paliativista, vejo que há grupos que pensam, atuam e têm visões diferentes sobre cuidados paliativos. Esse conflito deve ser de ideias, não de pessoas. Me orgulho do que a ANCP conquistou, pois as ideias podem ser diferentes, mas devem convergir a um objetivo comum. Agora com a PNCP, seguiremos como uma grande organização, honrando o legado de quem nos sucedeu”, concluiu o Dr. Daniel.
Dra. Maria Helena enfatizou o desafio dos cuidados paliativos serem multiprofissionais e que essa ‘”costura” entre especialidades só traz benefícios para todos os envolvidos. “O enfoque ‘multi’ oferece diferentes olhares, com o mesmo objetivo: qualidade de vida ao paciente. Buscamos o reconhecimento da especialidade da psicologia em cuidados paliativos, que é bem diferente da psicologia hospitalar, por exemplo. Isso só tem a valorizar a psicologia em relação a outras áreas de conhecimento”, afirmou.
Para Thaís Gonçalo, terapeuta ocupacional e vice-presidente Multiprofissional, os cuidados paliativos já têm potencial para se tornar especialidade médica. “Esse reconhecimento é importante para a integração das equipes interprofissionais. A própria atuação e produção dos comitês reflete esse trabalho, com áreas como fisioterapia e nutrição discutindo realizar suas provas de título, por exemplo. São caminhos individuais, mas que têm um objetivo único, e a PNCP também deve ajudar nesse sentido”, analisou.
A Dra. Erika Lara encerrou valorizando a cooperação e a troca de experiências. “Passado, presente e futuro de mãos dadas e caminhando para que a gente possa fortalecer a multidisciplinaridade, que é a essência dos cuidados paliativos, sempre pensando na pessoa mais importante para nós: o paciente”, completou.
Clique aqui e conheça os fatos importantes da trajetória da ANCP ao longo dos últimos 20 anos.
Thaís Abrahão – Presstalk Comunicação
MAR/25
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