O Comitê de Graduação em Medicina da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) realizou nova Roda de Conversa on-line para fomentar a difusão do conhecimento e práticas dos Cuidados Paliativos no país dentro das universidades. No 4ª encontro teve a participação de Christianne Terra de Oliveira, pediatra e neonatologista há quase 30 anos, que explicou um pouco sobre seus primeiros contatos com os Cuidados Paliativos e o tema em sua docência.

Durante a palestra a especialista compartilhou que seu contato com os Cuidados Paliativos se deu após uma série de residentes dizerem que haviam notado um alto número de distanásias dentro da UTI neonatal, e que isso levantou o questionamento de conhecer os Cuidados Paliativos. Dali em diante, em 2017, fez Pós-graduação em Cuidados Paliativos, e veio a ideia de partir para a docência de uma disciplina optativa sobre o assunto. Em 2020, foi criada a Liga Acadêmica Multidisciplinar em Cuidados Paliativos, a partir de uma reunião de alunos.

Máyra Dias, graduanda e uma das fundadoras da Liga, contou que seu primeiro contato com os Cuidados Paliativos aconteceu fora do ambiente universitário, dentro de um Congresso de Anestesiologia. Ela ressalta que em uma conversa informal com Christianne perceberam que, antes de criar uma Liga focado nos Cuidados Paliativos, precisavam criar interdisciplinaridade. Foi assim que ela entrou em contato com as coordenadoras de outros cursos, buscando alunos que também tivessem interesse. Com a chegada de mais pessoas, a Liga saiu do papel e iniciou suas atividades.

Liga do quê?

Também integrante da Liga, Clarissa Vasconcellos ressaltou que conseguiram realizar, logo no primeiro ano, um simpósio em parceria com a Liga de Medicina da Família e Comunidade. “Foi um simpósio incrível”, comemora. No entanto, ela diz que foi difícil abordar alunos de outros cursos para a criação de uma multidisciplinaridade. Isso não aparenta ter tirado seu entusiasmo.

Sobre essa dificuldade de abordar graduandos de outros cursos para tratar do tema Cuidados Paliativos, Christianne lembra que a razão pode estar na falta de conhecimento dos educadores. “Talvez passe por falta de incentivo de professor. Talvez não tenha um professor que fale de Cuidados Paliativos para o aluno, que mostre a importância. Então, acho que não é desinteresse, é desconhecimento”, completou.

Por outro lado, Elena Martin, membro do comitê colocou que a questão pode estar, também, no fato de outras disciplinas não criarem ligas como os cursos de saúde, compartilhando sua experiência com a Liga que ajudou a fundar em Cuiabá – MT. Os próximos eventos já possuem convidado e data confirmada: