Cuidados Paliativos ganham evidência com exemplo de Pepe Mujica

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14 de maio de 2025

Cuidados Paliativos ganham evidência com exemplo de Pepe Mujica

A recente notícia de que o ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, de 89 anos, estava recebendo cuidados paliativos, até falecer no último dia 13 de maio, reacendeu a discussão sobre o que realmente significa esse tipo de tratamento. Muitas vezes associados apenas ao fim da vida, os cuidados paliativos vão muito além e têm como foco principal a qualidade de vida do paciente − e também de seus familiares.

Cuidados paliativos são uma abordagem multidisciplinar voltada para o alívio do sofrimento e a promoção do bem-estar físico, emocional, social e espiritual de pessoas com doenças graves, crônicas ou que ameaçam a vida. O objetivo não é curar a doença, mas controlar sintomas como dor, fadiga, falta de ar, ansiedade e depressão.

Esse tipo de cuidado é indicado para pessoas com condições como câncer, doenças neurodegenerativas (como Alzheimer e Parkinson), insuficiência cardíaca, doenças pulmonares crônicas, entre outras. Vale ressaltar: cuidados paliativos não são exclusivos para quem está em fase terminal. Eles podem e devem ser iniciados desde o diagnóstico de uma doença grave, em paralelo a outros tratamentos.

As equipes são multiprofissionais e incluem médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, capelães e outros profissionais, conforme a necessidade. O atendimento pode ser desenvolvido em hospitais, clínicas especializadas, unidades de internação, casas de repouso e até no domicílio do paciente.

Os cuidados paliativos ainda suscitam muitas dúvidas na população. Uma das mais comuns é se são indicados apenas para quem vai morrer. “Eles podem ser oferecidos por meses ou anos, sempre com o foco em proporcionar mais conforto, funcionalidade e dignidade ao paciente. Cuidados de fim de vida são parte dos cuidados paliativos, mas estes abrangem muito mais, começando idealmente o quanto antes no curso da doença”, afirma o Dr. João Batista Garcia, presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), e um dos maiores especialistas em dor da América Latina.

“Outro aspecto importante é que os cuidados paliativos não substituem outros tratamentos. Eles podem ser oferecidos junto com tratamentos curativos ou modificadores da doença. A decisão depende do estágio da enfermidade e dos desejos do paciente”, completa o especialista.

O exemplo de Mujica

Pepe Mujica, conhecido por seu estilo de vida simples e discurso humanista, anunciou recentemente que estava em cuidados paliativos devido ao avanço de um câncer no esôfago. Ao falar publicamente sobre sua condição, ele ajudou a desmistificar o tema e a promover uma conversa necessária sobre como queremos viver − e não apenas sobre como morrer.

“A abordagem paliativa é, acima de tudo, um cuidado centrado na pessoa. Mais do que lidar com a doença, ela cuida do ser humano como um todo. O caso de Mujica é uma oportunidade para refletirmos sobre como a medicina pode − e deve − oferecer dignidade, empatia e conforto em todas as fases da vida”, conclui o presidente da ANCP.

Sobre a ANCP

A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) é uma associação científica, fundada em 2005, que tem como objetivo congregar profissionais com interesse no desenvolvimento, ensino e implementação dos Cuidados Paliativos no Brasil. É a entidade oficial de representação multiprofissional da prática paliativa no Brasil. Sua atuação abrange a representação dos profissionais que trabalham em Cuidados Paliativos, promovendo ações de fomento e desenvolvimento de educação, pesquisa e atividades profissionais.

A ANCP também busca parcerias com instituições, públicas e privadas, governamentais nacionais e internacionais, entidades de classe e associações de apoio a pacientes e familiares, a fim de que estimular a implementação de serviços de Cuidados Paliativos no Brasil, que comprovadamente aumentam a qualidade de vida dos pacientes e promovem melhor gestão nas instituições de saúde.

A atuação da ANCP, juntamente com outras entidades e a sociedade civil, foi preponderante para a criação, há exatamente um ano, da Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), no âmbito do Sistema Único de Saúde, instituída pela Portaria GM/MS nº 3.681, de 7 de maio de 2024. Um dos principais objetivos é integrar a especialidade à Rede de Atenção à Saúde, com ênfase na atenção primária, ampliando o acesso da população à especialidade.

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Mais informações:

Presstalk Comunicação Corporativa – Assessoria de imprensa da ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos)

Thais Abrahão (thais@presstalk.com.br) – (11) 9 9900-8402 / (11) 3061-2263 e Rosana Monteiro – (rosana@presstalk.com.br) – (11) 3062-0843

Crédito foto: José Cruz/Agência Brasil


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