17 de dezembro de 2024
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A espiritualidade, frequentemente deixada em segundo plano nos cuidados de saúde tradicionais, foi um dos temas recorrentes na programação do X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos, realizado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) entre os dias 13 e 16 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
Entre as atividades, a mesa redonda “Abordagens Espirituais em Cuidados Paliativos” reuniu especialistas de diversas regiões do Brasil para debater como integrar a dimensão espiritual ao cuidado de pacientes em fim de vida.
Moderado pelo enfermeiro e Diretor Científico da ANCP, Rudval Souza, a mesa começou com a apresentação de Arthur Fernandes da Silva, de Brasília (DF), sobre “Como fazer uma anamnese espiritual”. Ele explicou como essa ferramenta pode ajudar profissionais de saúde a compreenderem os valores e crenças que guiam as decisões e o bem-estar emocional dos pacientes, especialmente em momentos delicados.
Na sequência, Tiago Pugliese Branco (foto), de São Paulo (SP), abordou o tema “Ferramentas de avaliação de espiritualidade: posso aprender o básico?”, destacando métodos simples e eficazes que permitem aos profissionais de saúde integrarem a espiritualidade no cuidado clínico. “Mesmo sem formação aprofundada, é possível utilizar ferramentas práticas para abordar esse aspecto essencial de forma ética e respeitosa”, afirmou.
O impacto das diferentes religiões e crenças no enfrentamento do fim da vida foi o foco da apresentação de José Willame Sales Pereira, de Fortaleza (CE). Em sua palestra “Impacto das diferentes religiões nas crenças no fim de vida”, ele ressaltou a importância de um cuidado culturalmente sensível e adaptado às crenças dos pacientes e suas famílias, promovendo uma abordagem inclusiva.
Joelson Bruno Dias Oliveira, do Rio de Janeiro (RJ), trouxe reflexões profundas em sua palestra “Conexão espiritual e pacificação no fim de vida”, destacando como a espiritualidade pode proporcionar conforto e aliviar o sofrimento existencial nos últimos momentos de vida. Sua apresentação emocionou o público, reforçando o papel da espiritualidade na busca por significado e serenidade.
Espiritualidade nos Cuidados Paliativos Pediátricos
Complementando as discussões, o tema “Espiritualidade nos Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP)” foi apresentado por Carlos Eduardo Jouan, de São Paulo (SP). Em sua fala, ele explorou como abordar a espiritualidade no contexto de cuidados para crianças gravemente enfermas e suas famílias, destacando a importância de oferecer suporte integral em situações tão desafiadoras.
“O cuidado espiritual em pediatria exige sensibilidade e empatia para apoiar tanto as crianças quanto os pais, que frequentemente buscam na espiritualidade forças para enfrentar esse momento”, explicou Jouan.
O debate ao longo da programação reforçou que a espiritualidade é um componente indispensável dos cuidados paliativos, ajudando a oferecer um atendimento verdadeiramente humanizado. Além de aliviar o sofrimento físico, ela proporciona suporte emocional e existencial, promovendo conforto, significado e pacificação em momentos de vulnerabilidade a todos os envolvidos.
Crédito Foto: Marcos Rodrigo/Divulgação
Regina Helena Paz – Presstalk/Vírgula
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