III CONGRESSO MINEIRO DE CUIDADOS PALIATIVOS

Lives e Webnars ANCP

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05/10/2023
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III CONGRESSO MINEIRO DE CUIDADOS PALIATIVOS

“Venha como você é, você é bem vindo!”

O Congresso promove conscientização sobre temas relacionados à qualidade de vida e morte, cuidados paliativos, compaixão e voluntariado. E quebra de tabus direcionados a vida, morte, luto, e acesso à abordagem de cuidados paliativos.

A ciência e a medicina vêm avançando a passos largos. Porém, mesmo com as melhorias, algumas doenças não respondem aos medicamentos e tecnologias atuais. Em muitos casos, pacientes que têm condições de saúde ameaçadoras da vida, como é o caso do câncer, se beneficiam com as medidas direcionadas para tratar a doença em conjunto com estratégias focadas na melhoria da qualidade de vida. Isso se dá através da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. E essa é a definição do que são os Cuidados Paliativos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Todavia, há ainda muitos mitos e preconceitos que impedem que a prática seja adotada de forma ampla e irrestrita pela sociedade, uma realidade que aos poucos, vem mudando graças ao maior acesso à informação sobre o papel dos Cuidados Paliativos na medicina. E é com o objetivo central de ampliar a conscientização sobre o assunto que estão previstas uma série de ações coletivas como posts, lives e aulas abertas até o Congresso Mineiro.

A The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental que se concentra no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos e Hospices no mundo, por meio de seu Gerente de Comunicações, Howard Kinyua, divulgou o tema que será o norte da campanha do Dia Mundial de Cuidados Paliativos de 2023: Compassionate Communities: Together for Palliative Care (Comunidades Compassivas: Juntos para Cuidados Paliativos).

Segundo Howard Kinyua, a campanha deste ano tem conexão com a do ano passado e na necessidade de união para apoiar as comunidades e uns aos outros agora mais do que nunca. “Os Cuidados Paliativos são uma responsabilidade partilhada. Não só melhora a qualidade de vida das pessoas que enfrentam doenças graves e morte assim que a doença é diagnosticada, mas também abrange a saúde e o bem-estar dos cuidadores, incluindo luto e apoio ao luto” explicou.

O movimento Comunidades Compassivas está crescendo no Brasil com iniciativas em diversos Estados, e no mundo com a organização Public Health and Palliative Care International (PHPCI) (www.phpci.org). As comunidades compassivas impactam a vida das pessoas de várias maneiras, contribuem para a melhoria da qualidade de vida da comunidade e o aumento do apoio à saúde mental durante toda a jornada do tratamento da doença e de fim de vida, contribuindo para o aumento na conscientização sobre o acesso a Cuidados Paliativos.

Anualmente o Dia Mundial de Cuidados Paliativos é celebrado no segundo sábado de outubro, este ano será celebrado no dia 14. A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) tradicionalmente celebra a data com o intuito de incentivar a participação de todas as equipes do país e principalmente, divulgar o trabalho de Cuidados Paliativos e em breve compartilharemos pelos nossos canais as ações que estamos organizando para a celebração e demais informações sobre a campanha.

Com o slogan “Os Cuidados Paliativos somos nós.”, a ideia é que todos sejam bem vindos ao evento independente da área de atuação, para trocas de experiências e discussões de temas relevantes para todos.

O Congresso é importante para disseminar o conceito correto sobre essa filosofia do cuidado. “É muito importante frisar que os cuidados paliativos não são apenas para a fase final de vida, são essenciais desde o início, no processo e, principalmente, focam na qualidade de vida da pessoa, até o final. Essa área, inclusive, vem quebrando paradigmas da medicina e nos últimos anos cresce o número de publicações que demonstram que quando iniciados precocemente, além da melhoria da qualidade de vida e redução de depressão, o acompanhamento conjunto com o cuidado paliativo pode contribuir com o aumento também da sobrevida desses pacientes”, comenta Sarah Ananda Gomes, Ex presidente da SOTAMIG.

“III Congresso Mineiro de Cuidados Paliativos da Sotamig: Encontro de almas, espaço de partilha para troca de ideias e construção de ideais.

Os Cuidados Paliativos somos nós!” frisa Leonardo Consolim, Vice Presidente da SOTAMIG.

 

O cenário global dos cuidados paliativos

Segundo um estudo da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC, da sigla em inglês), intitulado GLOBOCAN, feito com 185 países, estima que no Brasil, em números de prevalência nos últimos cinco anos, 1,5 milhão de pessoas vivem com câncer. Globalmente são esperados 28,4 milhões de novos casos de câncer em 2040. Os Cuidados Paliativos são um direito e uma abordagem imprescindível na trajetória do paciente com câncer e de doenças que ameaçam a continuidade da vida porem infelizmente, no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cada ano, estima-se que mais de 56,8 milhões de pessoas, incluindo 25,7 milhões no último ano de vida, necessitem de cuidados paliativos, das quais 78% vivem em países de baixa e média renda. Na América Latina e no Brasil, menos de 10% das pessoas recebem cuidados paliativos.

A OMS estima, adicionalmente que a demanda global por cuidados para pessoas com doenças terminais continuará crescendo à medida que a população envelhece e a carga de doenças crônicas não transmissíveis aumenta. Em 2060, a necessidade de cuidados paliativos deverá quase dobrar, e diante deste cenário, os países classificados como de Primeiro Mundo, como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, são tidos como referências. Já o Brasil ainda precisa se fortalecer nesta questão, tendo ficado em 42º lugar entre as 80 regiões que tiveram indicadores quantitativos e qualitativos dessa linha de cuidados avaliados por um estudo publicado pelo The Economist em 2015.

“É importante ressaltar que a abordagem dos Cuidados Paliativos coloca em destaque a biografia do paciente, seus valores e como gostaria de ser cuidado. Além disso, pode ser inserida desde o diagnóstico de forma precoce até o luto. Os lutos são processos de elaboração de perdas na vida. São experiências que abalam as nossas convicções de domínio, controle e previsibilidade. Em resumo a comemoração do dia mundial visa promover o cuidado as comunidades e quebrar o tabu sobre morte e luto.” Rafaella Aquino, diretora da SOTAMIG.

Dados do Atlas de Cuidados Paliativos 2019, o mais recente publicado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), apontam que dos 191 serviços de Cuidados Paliativos existentes no país, 178 forneceram informações sobre atendimento a pessoas com câncer. Desses, 81 (45,5%) têm 70% ou mais de pacientes oncológicos, sendo que 38 atendem via SUS (47%), 26 são focados em atendimento particular (32%) e 17 (21%) são mistos – público e privado.

“Em geral, as pessoas não querem falar sobre sua finitude. A doença, o envelhecimento e a morte não são acidentes de percurso, são características inerentes da nossa condição de seres humanos”. A psicóloga Flávia esclarece que alguns outros pilares dessa abordagem se baseiam na importância de sempre respeitar a autonomia do indivíduo, seus valores e prioridades e também no papel essencial do trabalho em equipe transdisciplinar para alcançar a melhoria da qualidade de vida do paciente através do olhar e cuidado integrado, voltado para sua dor total (dor física, emocional, espiritual e social), que beneficiam todos envolvidos.

 

E qual a importância dos cuidados paliativos na fase de terminalidade?

Um princípio importante dos Cuidados Paliativos é “Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida.” O Cuidado Paliativo enxerga a possibilidade da morte como um evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na vida que ainda pode ser vivida. Outro princípio difundido é: “Não acelerar nem adiar a morte”, o que enfatiza que Cuidado Paliativo nada tem a ver com eutanásia, como muitos se confundem. Preconiza-se a ortotanásia, ou seja, a morte natural, no tempo certo, com dignidade.

Por isso, os benefícios para o paciente e sua família são inúmeros, inclusive nessa fase final. Justamente quando as perspectivas de cura são restritas que muito se pode continuar fazendo em termos de cuidado, criando um verdadeiro ambiente de acolhimento, onde o papel principal deixa de ser a doença e passa a ser o doente. O paciente pode participar do processo de condução ativamente, planejando desde questões burocráticas que envolvem o fim da vida até a despedida de familiares e a resolução de pendências. Para os familiares, é uma chance de encarar o momento, de poder se despedir e apoiar o seu parente, ajudando na condução dos processos.

 

Os quatro pilares do Cuidado Paliativo:

● Controle de sintomas: evitar desconfortos físicos, emocionais, espirituais e sociais. Lidar com a dor em seus diferentes aspectos e prevenir desconfortos possíveis são prioridades. A chave está em assegurar o máximo de qualidade de vida.

● Abordagem multidisciplinar: essa frente de atuação deve ser iniciada o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como o tratamento com quimioterapia, radioterapia ou outras terapias de controle do câncer. A integração de diferentes disciplinas contribui para o acompanhamento mais individualizado e humanizado do paciente. Isso leva em conta, além das questões clínicas de cada um, os aspectos psicológicos e espirituais na forma de cuidado ao paciente, incluindo todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações que impactam diretamente e indiretamente.

● Comunicação: é preciso respeitar as escolhas de pacientes e família. O debate sobre as melhores alternativas de tratamento deve ser conversado e compartilhado, para que não seja implementada ou retirada nenhuma linha terapêutica sem que haja uma decisão conjunta com a equipe de saúde responsável. Além da comunicação com o paciente e seus cuidadores, a comunicação adequada entre as equipes é fundamental para um plano de cuidados alinhado e centrado no paciente.

● Apoiar a família: os profissionais envolvidos na linha de cuidado colaboram para que as tomadas de decisões aconteçam da melhor maneira, ajudam a mediar conversas, prevenir o estresse do cuidador, e a lidar com o sofrimento durante a trajetória e também no período de luto.

 

Benefícios dos Cuidados Paliativos em uma doença ameaçadora da vida:

Ter o acompanhamento de uma equipe de cuidados paliativos faz toda a diferença ao longo do tratamento e traz diversos benefícios ao paciente, alguns citados abaixo:

● Melhora de controle de sintomas (dor, náuseas, vômitos, constipação intestinal, ansiedade, depressão, etc);

● Atendimento com visão integral do paciente e de sua família;

● Valorização da autonomia do paciente, sempre respeitando seus valores e prioridades;

● Planejamento de cuidados individualizados, de acordo com a necessidade e contexto físico, social, familiar, emocional e espiritual de cada paciente;

● Visão humanizada e prevenção do estresse dos envolvidos no cuidado com o paciente; e

● Suporte de uma equipe transdisciplinar no período de enfrentamento da doença e seu tratamento.

 

Dentre algumas das ONGS apoiadoras da campanha estão o Instituto Entrelacando Vidas, a Cabana Compassiva, e das sociedades podemos citar a ANCP.

Para a divulgacao pedimos para usar as hasghtags #cuidadospaliativossomosnos #vida #morte #luto #cuidado #compaixão #congressomineiro. Outros materiais serão disponibilizados no site da SOTAMIG. Haverá também iniciativas como LIVES, encontros e palestras educativas, que serão divulgados posteriormente.

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