15 de novembro de 2024
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A pandemia de COVID-19 impactou o mundo em diversas áreas, e não seria diferente com Cuidados Paliativos. Cuidado Paliativo é uma abordagem voltada para o controle de sintomas, conforto e qualidade de vida. Deve ser oferecido em conjunto com o tratamento padrão de qualquer doença que ameace a continuidade da vida, não devendo jamais ser associado com a omissão ou exclusão (abandono terapêutico), mesmo durante uma pandemia.
Segundo a diretora do Center to Advance Palliative Care (CAPC) Diane E. Meier, o impacto do coronavírus teve e ainda tem uma grande variação geográfica, “Causa danos desproporcionais aos pobres, e as pessoas de cor e levando ao aumento do desemprego” pontuou. Pesquisa realizada pelo CAPC em maio de 2020, com cerca de 1500 organizações que trabalham com Cuidados Paliativos nos EUA, revelou que a maioria atua em hospitais e que o número de consultas foi afetado de forma diferente com diminuição considerável de 43%. O aumento no uso da telemedicina pelas equipes de Cuidados Paliativos foi notável no período com 76% de adesão, além disso os profissionais atuaram em diversos setores entre eles 69% foram envolvidos no planejamento de suas organizações e 65% realizaram treinamento com os colegas que estavam na linha de frente.
Após todas as experiências vividas no período o que se pode planejar para o futuro dos Cuidados Paliativos? Para Diane, dentro da rotina das equipes de Cuidados Paliativos, é necessário estar preparado em primeiro lugar para a demonstração da gestão, mostrando a responsabilidade pelas eficiências operacionais e o melhor uso dos integrantes das equipes. Ela destaca quatro regras básicas para a sua sustentabilidade como o alinhamento com as partes interessadas no trabalho como as instituições nas quais atuam, finanças, eficiência operacional e a saúde da equipe. A especialista também chama atenção para a utilização das equipes, se está sendo realmente feita com total eficiência. Ela destaca questões que vão desde a identificação do paciente certo na hora certa, o uso da telemedicina, a oferta de treinamento para as equipes e colegas, e como e para quem é reportado todo o desempenho e o seu impacto.
Pensando em cenários como os vivenciados durante a pandemia de COVID-19 e como garantir os cuidados paliativos adequados durante os surtos, a diretora do CAPC recomenda que se fale com as pessoas sobre o que elas querem antes de falar da doença, que se garanta locais de atendimento alternativos evitando o acumulo de pessoas em hospitais e emergências buscando manter os pacientes e seus familiares em casa com suporte telefônico a qualquer momento, kits com medicamentos para alivio da dor e equipamentos de proteção individual (EPI´s) para os cuidadores e familiares. “O não planejamento de cuidados paliativos adequados quando se espera um aumento significativo de doenças e mortes é inadmissível e pode comprometer a confiança do paciente, a saúde emocional a longo prazo e os valores básicos de nossa instituição. A prestação de cuidados paliativos no contexto de um desastre com recursos escassos é um imperativo moral de uma sociedade humana.” Recitou.
Diane E. Meier é diretora do Center to Advance Palliative Care (CAPC), codiretora do Patty e Jay Baker National Palliative Care Center, professora do departamento de Geriatria e Medicina Paliativa, do Catherine Gaisman e professora de Ética Médica do Icahn School of Medicine at Mount Sinai. E esteve entre os palestrantes internacionais do VIII Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos da ANCP, realizado entre os dias 04 e 07 de novembro de 2020.
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