15 de novembro de 2024
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Seguindo o sucesso de iniciativas similares, a Human Rights Watch planeja trabalhar com cineastas para registrar a luta de um paciente terminal para acessar Cuidados Paliativos no México.
“Uma das coisas que vemos repetidamente no México é que pacientes no final de vida têm acesso a Cuidados Paliativos apenas em hospitais especializados em cuidados terciários. Portanto as pessoas que vivem em áreas rurais – embora estejam muito doentes, com apenas alguns meses ou semanas de vida – têm que viajar quatro, cinco, seis horas até a Cidade do México ou alguma outra área metropolitana do México para ter acesso a Cuidados Paliativos”, disse Diederik Lohman, pesquisador sênior na Divisão de Saúde e Direitos Humanos na Human Rights Watch.
“O fato de uma pessoa em fase terminal – geralmente com dor excruciante – tenha que viajar em transporte público lotado e desconfortável por horas para fazer cumprir seu direito a Cuidados Paliativos pode certamente ser visto como inaceitável. O objetivo do projeto é tornar esse sofrimento visível às autoridades governamentais que têm o poder de mudar essas condições e transformar o direito das pessoas a Cuidados Paliativos de palavras no papel em algo que não seja apenas acessível, mas também implementado na prática”, continuou.
Lohman elogia o compromisso do governo mexicano em relação aos Cuidados Paliativos. No entanto, ele também destaca que tais direitos não são implementados na prática. “Em 2009, o México aprovou uma lei bastante progressiva que cria, de fato, o direito a Cuidados Paliativos a qualquer paciente com um prognóstico de seis meses ou menos, incluindo Cuidados Paliativos em casa. Até agora, no entanto, a lei não foi realmente implementada. Portanto, legalmente, pacientes têm um dirieto, mas eles não têm como acessá-lo”, esclareceu.
As principais questões abordadas pelo projeto incluem: integração dos Cuidados Paliativos no sistema de saúde mexicano, treinamento de profissionais de saúde em Cuidados Paliativos e acesso a opiodes.
Atualmente, muitas seguradoras de saúde no México não cobrem Cuidados Paliativos e não incluem medicações de Cuidados Paliativos em sua lista de medicamentos reembolsáveis.
Ao mesmo tempo, pouquíssimas faculdades de medicina, de enfermagem e de tecnologia integraram os Cuidados Paliativos em suas grades e oportunidades de treinamento dentro dos próprios serviços são raras. “Se você quer construir um sistema onde todos tenham acesso a Cuidados Paliativos, essa questão precisa ser discutida”, disse Lohman.
Além disso, o acesso a opioides é extremamente difícil. “O sistema atual no México é realmente muito complicado. Ele tem uma série de exigências para médicos que são difíceis de cumprir e, como resultado, há pouquíssimos médicos no México que de fato podem prescrever opioides e ainda menos farmácias que os vendem”, afirmou Lohman.
Lohman espera que o vídeo encoraje os legisladores no México a implementar as leis progressivas de Cuidados Paliativos e a diminuir as barreiras para acesso a eles. “Vejo o vídeo com um papel muito importante em sair da retórica para ação. O que queremos como resultado é que o governo realmente faça um esforço combinado para implementar essa lei”, disse.
Carroll Bogert, vice-diretora executiva de Relações Externas na HRW, destaca a importância do vídeo em abrir novos canais de comunicação entre pessoas de diferentes lados do espectro de poder na sociedade. “Quando mostrarmos o vídeo aos legisladores, para muitos será a primeira vez que eles terão contato com a experiência dos outros. O vídeo é uma forma extremamente poderosa de se transmitir às pessoas o custo humano da falta de medicação para dor.”
Uma campanha de financiamento online possibilita que interessados possam apoiar o projeto. O valor mínimo para doação é US$ 1. No entanto, o projeto só será financiado se atingir seu objetivo de US$ 25 mil até 31 de maio.
Você pode ler mais sobre o projeto e apoiar no site da Kickstarter.
Fonte: eHospice
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