III Encontro Científico de Residentes do Brasil em Cuidados Paliativos discutiu caso complexo em UTIp

Lives e Webnars ANCP
calendar
2 de dezembro de 2021

III Encontro Científico de Residentes do Brasil em Cuidados Paliativos discutiu caso complexo em UTIp

Um complexo caso de paciente neonatal que evoluiu para Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIp) foi apresentado durante a terceira edição do Encontro Científico de Residentes do Brasil em Cuidados Paliativos, promovido pelo Comitê de Pós-graduações e Residências Médicas da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). Francisco Silva e Dolores Noronha, médicos residentes de Medicina Paliativa do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e Raphael Lacerda – coordenador do Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do GHC – fizeram a apresentação completa do caso de uma paciente de pouco menos de 2 meses de vida que nasceu com Síndrome de Regressão Caudal (SRC).

O caso aconteceu na UTI Neonatal do Hospital da Criança, do mesmo grupo hospitalar, e apenas depois de 42 dias a equipe de Cuidados Paliativos foi chamada para abordagem. Francisco ressaltou que isso aconteceu em virtude do estado inicial que os Cuidados Paliativos Pediátricos estão em relação a reconhecimento e difusão da prática em meio a equipes de saúde. “Os cuidados paliativos ainda são associados ao fim de vida de crianças com patologias que limitam, o que atrasa sua indicação”, disse o residente.

Porém, mais adiante, se identificou que a mãe da paciente, ainda durante o Pré-Natal, já demonstrava necessidade de receber Cuidados Paliativos Perinatal, uma vez que o feto apresentava deformidades e problemas de saúde diversos. “Os Cuidados Paliativos nessa fase também estão engatinhando no Brasil”, frisou a residente Dolores. A equipe, então, passou a agir no controle dos sintomas, sugerindo medicamentos para o caso específico e as necessidades da bebê.

Na abordagem familiar, foram identificados problemas a serem tratados. Os pais da paciente eram um homem de 26 anos e uma mulher de 18 anos, já com um filho de 3 anos. Foi constatada violência física e psicológica contra a mãe, que constantemente era ameaçada a perder o filho caso houvesse uma separação. Ela sentia-se culpada pela situação da bebê e pensava até mesmo em suicídio. A partir daí, foi acompanhada pelo psiquiatra do serviço de dor e cuidados paliativos. Em reuniões posteriores, a mãe optou por não reintubar ou reanimar a paciente em caso de parada cardiorrespiratória.

A paciente, posteriormente, recebeu alta quando passou da UTIp para a enfermaria, que contava com uma equipe diferente e que não era muito receptiva aos Cuidados Paliativos. A família, com o apoio de uma parente, voltou para sua casa no interior do Rio Grande do Sul, tendo antes recebido treinamento para lidar com a traqueostomia que a paciente precisou realizar e outros procedimentos. A equipe de Cuidados Paliativos não foi avisada sobre a alta com antecedência, e a paciente foi a óbito semanas depois.


Gostou? Compartilhe!

Fique por dentro

CONFIRA OUTRAS NOTÍCIAS


RECEBA TODAS AS
NOSSAS ATUALIZAÇÕES

Deixe o seu email e receba todas as novidades, notícias, fique por dentro dos benefícios e muito mais!

bg