15 de novembro de 2024
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As Ligas Acadêmicas de Cuidados Paliativos continuam fazendo um trabalho fundamental na disseminação dos conceitos de Cuidados Paliativos entre os alunos de graduação Brasil afora. Confira a seguir a entrevista com Lucas Luciano Barreto, aluno do quarto ano de medicina e coordenador da Liga de Tanatologia e Cuidados Paliativos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Quando e por que foi criada a Liga de Tanatologia e Cuidados Paliativos da Unicamp?
Inicialmente chamada “Liga de Tanatologia”, a Liga foi criada no fim de 2012 por alunas do curso de Medicina da Unicamp, as quais perceberam que o tema era muito pouco abordado na graduação e havia uma necessidade por parte dos alunos em saber mais sobre a morte, o morrer e os processos de adoecimento. Para criação da Liga foi de fundamental importância a colaboração da Prof. Dra. Ana Regina Borges Silva, docente da Faculdade de Enfermagem da Unicamp especialista em tanatologia e cuidados paliativos dentre outros temas. No final de 2014, considerando-se a importância que os Cuidados Paliativos ganhavam em nossas atividades e já possuíam na sociedade, a Liga passou por um processo de reestruturação, passando a se chamar Liga de Tanatologia e Cuidados Paliativos da Unicamp.
Como é a atuação do grupo?
Nosso grupo atua de forma a promover encontros quinzenais com aulas expositivas e debates. Também promovemos discussões de filmes e textos, além de participar semestralmente dos Workshops promovidos pela Medicina Unicamp.
No segundo semestre organizamos o Curso de Cuidados Paliativos, no qual abordamos de forma multidisciplinar diversos temas como história e cultura da morte no ocidente, conceitos, fundamentos e princípios dos cuidados paliativos, manejo do sofrimento familiar, as últimas 48h, manejo da dor, discussão de casos clínicos e cuidado paliativo na infância.
Quantos membros tem a Liga atualmente? De que cursos?
Como coordenadores, temos: uma coordenadora docente, Prof. Dra. Ana Regina Borges Silva (Faculdade de Enfermagem), sete coordenadores discentes do curso de Medicina e uma coordenadora graduada em enfermagem.
Nos encontros quinzenais temos uma média de aproximadamente 30 pessoas por encontro, sendo elas alunas de medicina, enfermagem e fonoaudiologia, psicólogas e enfermeiras. Como nossa liga é aberta, frequentemente recebemos pessoas que se interessam pelo tema mas não têm vínculo com a Unicamp, sendo na maioria das vezes profissionais da área da Saúde.
De que maneira as atividades promovidas pela Liga podem ajudar na formação mais humanizada e completa do profissional de saúde?
As atividades da liga ajudam na formação mais humanizada e completa do profissional da saúde ao promover contato com temas difíceis, pouco abordados nas graduações. As reflexões provocadas a partir desse contato estimulam debates e maior compreensão dos temas e do ser humano em seus aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais.
Dessa forma, os ligantes são estimulados a avaliar criticamente a própria atuação, a atuação das pessoas ao redor e a forma como a sociedade encara os processos de adoecimento e o morrer.
Para isso, contamos sempre com a colaboração de profissionais altamente qualificados, reconhecidos também por sua atuação humanizada.
Houve um aumento no interesse sobre o tema “Cuidados Paliativos” desde o início das atividades da Liga? Como vocês divulgam suas atividades?
Um dos motivos para nossa reestruturação e modificação do nosso nome (passando de Liga de Tanatologia para Liga de Tanatologia e Cuidados Paliativos) foi justamente esse. Praticamente em todos os encontros havia um interesse muito grande por parte dos ligantes nos Cuidados Paliativos.
Inicialmente, era perceptível a resistência dos alunos que não participavam da Liga. Eles a viam como “A Liga da Morte”, algo incompatível com o sonho de ser herói, de salvar vidas, de derrotar essa terrível inimiga (a morte) com que muitos entram na graduação. No entanto, com a consolidação da Liga houve uma aceitação visivelmente maior e reconhecimento do tema como algo fundamental, mas que ainda é muito pouco abordado na graduação, principalmente na Medicina.
Para tal consolidação foi de fundamental importância a participação nas apresentações das ligas, que ocorrem no início de cada ano letivo e nos workshops e a divulgação na internet, principalmente em nossa página no Facebook, através da qual divulgamos todas atividades.
Também utilizamos como recurso a newsletter da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a Agenda da Unicamp e contamos com o apoio do perfil da FCM no Facebook que nos auxilia compartilhando nossos eventos.
A Liga tem algum evento programado até o final do ano ou algum plano especial para 2016?
Nosso II Curso de Cuidados Paliativos já está em andamento, apresentando atividades até o final de outubro, quando encerramos nossas atividades.
Pretendemos realizar um Encontro sobre tanatologia e cuidados paliativos no primeiro semestre de 2016. A princípio esse encontro teria um caráter mais regional, voltado para a região de Campinas, no entanto temos como meta estabelecer parcerias com outras ligas e entidades de forma a promover eventos e compartilhar experiências em âmbito estadual, nacional e internacional.
Além disso, durante o primeiro semestre de 2016 seguiremos com os encontros quinzenais que se iniciam com o Curso Introdutório no mês de março. Para o segundo semestre temos planejado o III Curso de Cuidados Paliativos.
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