Live promovida pelo Cremesp com a participação da ANCP aborda aspectos sobre atuação de Cuidados Paliativos

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21 de outubro de 2021

Live promovida pelo Cremesp com a participação da ANCP aborda aspectos sobre atuação de Cuidados Paliativos

Trazendo discussões e desmistificando ideias acerca dos Cuidados Paliativos, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realizou a live “Cuidados Paliativos, Qualidade e Segurança do Paciente”. O médico, Douglas Crispim, atual presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) foi o convidado da live mediada pela médica e 2ª secretária do Conselho, Maria Camila Lunardi, que foi importante para desmistificar algumas ideias sobre Cuidados Paliativos.

Durante a live Douglas comentou sobre a dificuldade que muitos médicos têm de entender o conceito correto de Cuidados Paliativos. “Gosto de trazer sempre uma definição mais prática: as pessoas que convivem com doenças graves, ameaçadoras a vida, prolongadas, têm uma parcela de sofrimento que com o tratamento modificador do especialista ou generalista, terá um resultado muito bom, principalmente nas primeiras fases. A partir do momento que a doença começa a avançar, algum tipo de sofrimento não vai ser coberto pelo tratamento, mesmo de excelência, pelo melhor profissional”, explicou.

Segundo ele nesse momento entra o conceito da integração dos Cuidados Paliativos sendo feitos progressivamente ao longo da doença. “Cicely Saunders já trazia essa coisa de que Cuidados Paliativos não é uma alternativa, não é uma ruptura ou dicotômico, é sempre complementar ao cuidado especializado”, pontuou.

 

Cuidados Paliativos durante a pandemia e a confusão com eutanásia

Maria Camila Lunardi lembrou que, durante a pandemia, os Cuidados Paliativos foram muito mais acessados. Douglas informou que a demanda subiu e que o período foi de muito sofrimento, inclusive para os próprios paliativistas. “Quem teve no seu serviço unidades de Cuidados Paliativos implementadas, viu como essa demanda subiu. Em números de atendimentos e de sofrimento, porque foi uma pandemia de sofrimento – e, às vezes, sofrimento do colega, também”, relatou.

Ao longo da conversa, Maria Lunardi citou a confusão que muitos profissionais fazem ao relacionar os Cuidados Paliativos com a eutanásia, ao que Douglas demonstrou ser algo totalmente dissociado à realidade. “Uma das formas mais eficientes de não se executar eutanásia é termos equipes de Cuidados Paliativos bem treinadas, com experiência, fazendo a avaliação prognóstica e um plano de cuidados adequado ao paciente, em conjunto com a família dele. Deixar de fazer coisas inúteis e que muitas vezes está comprovado que vão fazer mal. Essa é a grande questão: onde o paliativista entra e como. Em vez de confundir ele com eutanásia, os Cuidados Paliativos são, talvez, uma das principais formas regulamentadas de organizar o serviço para não se ter eutanásia”, ressaltou o presidente da ANCP.

A limitação dos Cuidados Paliativos em pacientes terminais também foi um tema de destaque. Maria Lunardi trouxe a discussão da impressão que muitos têm de que Cuidados Paliativos estão associados a terminalidade de vida. Douglas frisou que o importante é diferenciar limitação com direcionamento. “Quando a gente olha uma doença progredindo, entendemos que a carga de sintomas aumenta. O sofrimento da família aumenta. O cuidado ao luto aumenta. O sofrimento espiritual aumenta. Então, se a carga de sofrimento aumenta, nós não podemos utilizar uma lógica de que se limita o esforço terapêutico. Ele é aumentado. No geral, se você está implementando uma série de esforços terapêuticos, você não está limitando”, concluiu.

 

A Live “Cuidados Paliativos, Qualidade e Segurança do Paciente” pode ser vista na integra abaixo:


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