Na Copa do Mundo dos Cuidados Paliativos, o Brasil fica entre os últimos colocados

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25 de julho de 2010

Na Copa do Mundo dos Cuidados Paliativos, o Brasil fica entre os últimos colocados

Se a população brasileira fosse consciente da importância e necessidade dos Cuidados Paliativos como é de futebol, a situação poderia ser bem diferente. No entanto, uma triste realidade foi publicada agora em julho pela revista britânica The Economist: o Brasil ocupa a 38º posição em um ranking de 40 países no quesito assistência na fase final de vida.

A pesquisa foi realizada pela Economist Intelligent Unit e o relatório final, com o título de “A Qualidade da Morte”, apresenta um amplo panorama da assistência paliativa no mundo. A metodologia consistiu em entrevistas com médicos, especialistas e profissionais de saúde para compilar e checar as informações. Foram selecionados 30 países membros da OECD (Organization for Economic Co-Operation and Development) e 10 outros onde foi possível apurar os dados (incluindo o Brasil).

O relatório avaliou os países a partir de quadro diferentes categorias: a existência de assistência básica, acesso, custos e qualidade dos cuidados de fim de vida. Além dessas categorias, foram avaliados também 24 indicadores, dentre os quais expectativa de vida, investimento em saúde comparado ao PIB, conscientização da sociedade sobre Cuidados Paliativos e existência de políticas públicas para a área.

Entre os craques em Cuidados Paliativos estão: Reino Unido (1º lugar), Austrália (2º lugar) e Nova Zelândia (3º lugar). Na lanterninha, Brasil (38º lugar), Uganda (39º) e Índia (40º).

Para mudar esse quadro, o Brasil precisa trabalhar muito e rápido. Cuidados Paliativos devem ser tratados com seriedade em todas as esferas de governo, a começar pelo Ministério da Saúde, que deve encabeçar a formulação de políticas públicas no Sistema Único de Saúde, incluindo aí políticas de acesso a opióides.

As entidades representativas dos profissionais de saúde que fazem parte da equipe multiprofissional devem reconhecer a necessidade de Cuidados Paliativos e regular sua prática, seu padrão de qualidade e formas de atuação.

As faculdades de medicina e de outras disciplinas devem incluir Cuidados Paliativos na graduação, estimular a especialização, a pós-graduação e a pesquisa. Hospitais e planos de saúde devem oferecer serviços de Cuidados Paliativos e a ANVISA deve zelar para que a assistência seja adequada e de acordo com os padrões exigidos para a prática.

Por fim, a sociedade precisa ser conscientizada da importância dos Cuidados Paliativos, afinal, o alívio do sofrimento proporcionado por esta forma de assistência é um direito de cada um de nós. Neste caso, o papel dos veículos de comunicação é essencial.

O relatório da Economist Intellicence Unit é um alerta para nós brasileiros e surge como um norte. Mostra onde estamos. Cabe a nós decidirmos aonde queremos chegar.  Quem sabe, em 2014, conseguimos subir várias posições nesse ranking?

Para ler o relatório completo visite a Biblioteca Virtual no site da ANCP e digite The Economist na ferramenta de busca. O texto, em inglês, está aberto a todos os interessados em lê-lo.

Por fim, não deixe de participar dessas discussões no IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos, iniciativa da Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Vamos todos juntos mudar esta realidade!

Inscreva-se e participe: www.paliativo.org.br/congresso


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