15 de novembro de 2024
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Fonte: Rádio ONU em português
Conclusão consta do relatório da agência da ONU e da Aliança Mundial de Cuidados Paliativos; documento mostrou que apenas uma em cada 10 pessoas recebe o atendimento adequado.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, e a Aliança Mundial de Cuidados Paliativos, Amcp, afirmaram que mais de 20 milhões de pessoas precisam desse tipo de tratamento todos os anos, no mundo inteiro.
A conclusão consta do “Atlas Global de Cuidados Paliativos no Final da Vida” preparado, pela primeira vez, pelas duas organizações.
Cuidados Paliativos
De Genebra, a médica e coordenadora da Rede de Informação em Saúde em Português da OMS, Regina Ungerer, explicou à Rádio ONU o que são cuidados paliativos.
“São cuidados necessários para ajudar um paciente, uma pessoa, que tenha uma enfermidade grave ou uma enfermidade terminal a se sentir melhor. Ou seja, são cuidados prestados não só físicos, como também emocionalmente, as vezes espiritualmente e até socialmente à uma pessoa que tenha uma doença grave ou está no final de sua vida, para que essa pessoa sinta-se melhor com ela mesma e possa ter uma melhor qualidade de vida.”
O relatório afirmou ainda que somente 10% dos que precisam dos cuidados paliativos no mundo recebem o tratamento. Segundo a OMS, aproximadamente um-terço dos pacientes sofre de câncer. O restante tem doenças consideradas progressivas que afetam o coração, os pulmões, o cérebro, o fígado e os rins.
Doenças Crônicas
Ainda na lista estão doenças crônicas, incluindo HIV e tuberculose resistente a medicamentos.
A OMS calcula que as crianças representam 6% dos que precisam de cuidados paliativos. O relatório alerta que o número total de pessoas que necessitam do tratamento pode subir para 40 milhões se forem incluídos os pacientes nos estágios iniciais de suas doenças.
Em 2011, o documento afirma que 3 milhões de pessoas receberam cuidados paliativos, a grande maioria já em estado terminal.
Brasil
A situação no Brasil ainda é difícil, como explica à Rádio ONU, de São Paulo, a diretora da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, a médica Dalva Yukie Matsumoto.
“Nós ainda vivemos num país onde o acesso ao diagnóstico e ao tratamento é muito restrito. E a maioria dos nossos pacientes, dos serviços que já existem no Brasil e que a gente observa, é que infelizmente esses pacientes com doenças crônicas muitas vezes chegam ao cuidado paliativo com diagnóstico recente de doença muito avançada.”
Matsumoto explicou que como o Brasil ainda tem um grupo muito pequeno formado com conhecimento adequado para exercer esse tipo de cuidado, os tratamentos estão muito aquém das necessidades da população.
Ela afirmou que nos últimos três anos foram obtidos alguns avanços no setor, como por exemplo, na implementação de programas públicos em cuidados paliativos.
Para a médica, é preciso antes de qualquer coisa formar equipes especializadas e montar estrutura de assistência para levar esse tipo de tratamento à população.
Essencial
O Atlas mostra ainda que a maior parte dos pacientes que precisam do tratamento sofre de doenças crônicas como câncer, do coração ou dos pulmões ou ainda de derrame.
A OMS e a Aliança Mundial de Cuidados Paliativos pedem que os países incluam o tratamento como um componente essencial dos novos sistemas de saúde em direção a cobertura universal dos pacientes.
O assunto vai ser debatido na próxima Assembleia Mundial da Saúde, em maio. A importância do cuidado paliativo tem sido enfatizado pelo Plano de Ação Global da OMS para a prevenção e controle de doenças crônicas até 2020.
(link para a publicação original: http://bit.ly/1f9CQgn)
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