Os Serviços de Cuidados Paliativos da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)

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14 de julho de 2017

Os Serviços de Cuidados Paliativos da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)

Oferecendo diversas atividades em Cuidados Paliativos a Universidade Federal de Pelotas – UFPEL é uma das pioneiras em oferecer um vasto leque de serviços. Em 2005 foi criado o PIDI – Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar, que atendia na época de sua criação 10 pacientes concomitantemente com visitas diárias duas vezes no período, a todos os pacientes com câncer avançado com muitas necessidades físicas, emocionais e também sociais. Esse modelo de assistência já no primeiro ano de funcionamento ganhou o prêmio saúde Oncologia da América Latina na categoria tecnologia social.

 

Em 2011, com o objetivo de ampliar o atendimento às necessidades de uma grande cidade como Pelotas, passou a contar com duas equipes de atenção domiciliar atendendo 20 pacientes concomitantemente. “Por estar em um ambiente universitário já tinha a filosofia e a vocação interdisciplinar com equipes de diferentes áreas incluindo desde médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos, assistente social, nutricionista e capelão para dar a visão dos quatro olhares das dimensões físico, social, espiritual e emocional”, diz Julieta Carriconde Fripp idealizadora do projeto.

UFPEL

O hospital escola da UFPEL recebeu em 2012, as primeiras equipes implantadas no país do Programa Melhor em Casa. Atualmente juntos os dois programas PIDI e Melhor em Casa atendem cerca de 160 pacientes concomitantes e 40% do total necessitam de cuidados paliativos.

 

Outro serviço que será oferecido no local é um Hospice, hospedagem direcionada a pessoas com doenças graves proporcionando uma assistência mais abrangente em ambiente exclusivo para cuidados paliativos, que terá 16 leitos de internação. Com obras iniciadas em 2014, a expectativa é que o local esteja pronto no final de 2017. “Desde 2008 tínhamos o desejo de ter um local exclusivo para internação de pacientes em cuidados paliativos considerado a filosofia Hospice, desenvolvemos a proposta e enviamos para o Ministério da Saúde para o reconhecimento de mérito desta modalidade de saúde inovadora para a realidade do país, posto reconhecimento, o Hospice se materializou na UFPEL com a conclusão dos projetos e a vinda de recursos em 2013”, explica Julieta Fripp.

 

Com o objetivo de ampliar a oferta de cenários para atender as diferentes necessidades nos diferentes estágios da doença, em 2015 foi implementado no Hospital Escola a equipe de consultoria intra-hospitalar, uma equipe multiprofissional que atende as demandas do local que atua como hospital geral, com pacientes transferidos das Clinicas com diferentes patologias, incluindo  câncer, doenças neurodegenerativas, cardiopatias, pneumopatias, e outras doenças em estágios avançados e fora de possibilidades de cura, mas com muitas necessidades de cuidado integral e singular.

 

“Estava faltando um cenário que pudesse dar conta das necessidades dos pacientes desde o momento do diagnóstico dentro do conceito de cuidados paliativos da Organização Mundial da Saúde que diz que deve ser ofertado desde o momento do diagnóstico da doença que é grave ameaçador à Vida”, explica Julieta Fripp. Com isso discutido e planejado, durante a sua função de gestora do hospital escola, foi idealizado e destinado recursos para a estruturação do ambulatório de cuidados paliativos, em um dos prédios destinados para o centro regional de cuidados paliativos em uma antiga fabrica de lãs, onde também está situada a futura instalação do prédio do hospice (em obras) e o prédio destinado para ser a nova sede da atenção domiciliar.

Unidade Cuidativa2

Unidade Cuidativa

No mesmo espaço onde funciona o ambulatório, foi estruturada a Unidade Cuidativa, que há mais de um ano não já recebe pacientes e familiares da rede de atenção domiciliar para atividades integrativas e lúdicas. Este cenário possui como principal objetivo oportunizar qualidade de vida às pessoas atendidas, em uma perspectiva de ressocialização, resgate da auto-estima e da dignidade humana favorecendo o auto-conhecimento, de histórias de vida e da própria doença. Seguindo o modelo de Day Care, muito popular fora do país, esse cuidado não foca somente nos sintomas da doença, mas leva-se em consideração que na medida que são resolvidos os sintomas de ordem física e emocional os pacientes são “resgatados” como indivíduos únicos, respeitando sua história de vida e seus valores, proporcionando socialização em um ambiente onde o paciente possa identificar alguma prática que o faça se sentir melhor fazendo com que ele se recorde de momentos que já viveu.

 

Na Unidade Cuidativa, atualmente são desenvolvidas praticas integrativas, complementares e lúdicas, sendo as práticas integrativas e complementares regulamentadas pelo Ministério da Saúde através da portaria 145 atualizada em janeiro deste ano, estas atividades são atualmente desenvolvidas através de projetos de extensão de professores da própria universidade com estudantes e bolsistas que atuam nesse espaço oferecendo parte de sua carga horária para atender a comunidade que faz parte da Unidade Cuidativa. Além disso, existem programas de extensão que não fazem parte da pratica integrativa, mas que atuam de forma lúdica como a pet-terapia, ou terapia com cães. “Essas atividades são oferecidas como se fosse um menu de possibilidade em diferentes turnos e horários durante a semana em que a pessoa escolhe aquilo que se identifica para uma forma de distração, fazendo com que ele resgate a autoestima e valorize a vida com qualidade”, explica Julieta Fripp.

 

Também existem os grupos terapêuticos que antes funcionavam na atenção domiciliar e que agora tem atuação na Unidade Cuidativa. São os grupos de cuidadores, que dão atenção a essas pessoas que se sentem sobrecarregadas com o tempo que dedicam ao acompanhamento dos doentes que em muitos casos são membros da sua família, e grupos de enlutados, dando apoio na fase inicial do luto para que eles possam seguir com a sua vida após a morte do seu familiar. “Temos uma atuação impar no país dentro do sistema publico de saúde, em um município de médio porte”, diz Julieta Fripp.

 

Porém a prestação dos serviços da Unidade Cuidativa está sendo ameaçada. O local onde são realizadas as atividades perdeu o espaço para a colocação de arquivos do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) e contas médicas do hospital, inviabilizando a pratica dos serviços. “Essa ação vai comprometer o que consideramos como mais potente, que é a possibilidade de garantir qualidade de vida na Unidade Cuidativa”. Cabe destacar que infelizmente, não existe outro local em Pelotas e região que oportunize este tipo de atendimento.

 

Tendo em vista a importância desse projeto, a equipe da Unidade Cuidativa solicita a todos os envolvidos em Cuidados Paliativos e apoiadora da causa a participar de um abaixo assinado virtual com o objetivo de apoiar o projeto e não perder seu espaço. Contribua com sua assinatura e divulgação através do link: https://www.change.org/p/ufpel-unidade-cuidativa-eu-apoio?recruiter=359850328&utm_source=share_petition&utm_medium=facebook&utm_campaign=share_petition&utm_term=autopublish

 

Academia Nacional de Cuidados Paliativos convida a todos os serviços de Cuidados Paliativos a compartilharem sua história e experiência, clique aqui e entre em contato conosco.


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