26 de novembro de 2024
ANCP participa da 3ª Reunião Ord...
A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), representada pelo presidente, Dr. Rodrigo Kappel Castilho, e pelo sec...
Na capital cearense, a oferta de Cuidados Paliativos para crianças e jovens nunca foi abundante. Ao se tratar de hospitais que atendiam pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), menos ainda. É nesse cenário que surge, em 2017, uma iniciativa de extrema importância para pacientes que enfrentam doenças limitadoras e que ameaçam a vida: o serviço de Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP) do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), em Fortaleza (CE).
Segundo Cinara Neves, coordenadora da equipe de Cuidados Paliativos Pediátricos, atualmente o local oferece tratamento em várias especialidades pediátricas e disponibiliza uma estrutura composta por centro de urgência e emergência, enfermarias, unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal, centro cirúrgico destinado a cirurgias eletivas e de urgência, ambulatórios, serviço de atendimento domiciliar, dentre outros. Anteriormente à criação da Comissão de Cuidados Paliativos Pediátricos, o HIAS recebia muitos casos que envolviam tomadas de decisões difíceis, discutidos no âmbito do comitê de bioética da instituição. Entretanto, considerando o crescente número de pacientes com Condições Crônicas Complexas (CCC), outros dilemas bioéticos surgiram no cotidiano dos profissionais de saúde da instituição.
Esse foi o primeiro passo para a estruturação do serviço de CPP do hospital. A equipe multidisciplinar era composta, apenas, por médico paliativista, enfermeiro, psicóloga e assistente social. Já em 2022, a equipe conta com três médicos, uma psicóloga, uma enfermeira e uma assistente social, bem como como residentes médicos e multiprofissionais que possuem estágios intermitentes no cenário. Por mês, uma média de 40 pacientes internados em todos os setores do hospital (exceto a ala oncológica) são acompanhados pela Comissão, que atua a partir da solicitação de parecer da equipe assistencial de enfermarias e unidades de terapia intensiva, neonatais e pediátricas.
Desse momento em diante é feita a avaliação de elegibilidade de inserção do paciente nos Cuidados Paliativos, que vai desde o atendimento primário até o especializado. A equipe assistencial realiza discussões em busca do alinhamento de condutas e plano de cuidados; visitas ao leito, objetivando vinculação, explicação sobre os Cuidados Paliativos e acompanhamento das necessidades biopsicossociais e espirituais do paciente e seus cuidadores; bem como conferência familiar, fundamental para avaliação e acolhimento de necessidades, fortalecimento da relação, esclarecimento de dúvidas, compartilhamento de informações, processos de tomada de decisão e desenvolvimento de um plano de cuidados antecipado.
O HIAS é uma referência para a região nordeste no diagnóstico de doenças raras, oferecendo apoio do ambulatório de genética médica e suporte de tecnologia terciária para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes em CCC, auxiliando na sobrevivência até a idade adulta de muitas crianças com patologias pediátricas raras. A médica explica que o desafio tem sido participar de fato do processo de cuidado do paciente de maneira mais contínua, uma vez que a equipe atua de forma parecerista. “Uma diferença importante a ser citada é a intervenção em cenários diversificados dentro da pediatria, como a neonatologia, unidades de terapia intensiva e enfermarias”, ressalta a coordenadora da equipe.
Deixe o seu email e receba todas as novidades, notícias, fique por dentro dos benefícios e muito mais!