Terapia da Dignidade como referencial para o trabalho em equipe de Cuidados Paliativos

Lives e Webnars ANCP
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3 de junho de 2019

Terapia da Dignidade como referencial para o trabalho em equipe de Cuidados Paliativos

O paliativista Rudval Souza da Silva apresentou alguns conceitos da palavra e estudos sobre a Terapia da Dignidade. De acordo com um dos pesquisadores por ele apresentados, três aspectos ameaçam e promovem a dignidade do paciente: o comportamento da equipe, os fatores do doente (estado de saúde comprometido e a sua idade avançada) e o ambiente hospitalar. Outro estudo sobre a dignidade nos Cuidados Paliativos apontou como termos essenciais a questão do autocontrole, do ser humano ser digno de respeito, ter direitos reconhecidos e manter o seu eu individual. “Cuidar da dignidade é um grande desafio para os profissionais de saúde. O processo envolve um equilíbrio entre as necessidades dos usuários da nossa unidade e a equipe de Cuidados Paliativos em conjunto com as diferentes percepções e dimensões da própria dignidade”, comentou Rudval.

Segundo Rudval, a partir de uma pesquisa com enfermos em estado terminal, um médico canadense concluiu que o termo dignidade lhe fornece uma estrutura abrangente que pode orientar a equipe de saúde, o paciente e sua família na definição dos objetivos e considerações terapêuticas para fundamentar os cuidados no fim da vida. O especialista apresentou esse modelo de Terapia da Dignidade dentro dos Cuidados Paliativos para ajudar a promover a dignidade do doente: “É uma intervenção pontual para responder as angústias dessas pessoas. Convidamos o doente para falar de questões da vida que são muito importantes para que sejam lembradas após sua morte. As discussões são gravadas e transcritas. Se o paciente concordar com o documento, ele é entregue para o familiar indicado”, explicou.

A terapia surge na busca para deixar um legado para os entes queridos e muitas vezes trazer um alívio para o sofrimento. “São questões que vão direcionar para o paciente contar um pouco da sua história, o que gostaria que a família lembrasse, os papéis mais importantes que ele desempenhou, as conquistas mais importantes da vida, as esperanças e os sonhos para os entes queridos, o que ele aprendeu sobre a vida e gostaria de transmitir”, pontuou. Alguns estudos já evidenciam que a intervenção é benéfica, com avaliação positiva de pacientes e familiares. “A terapia vai de encontro aos nossos objetivos como paliativistas: satisfação, utilidade, aumento da dignidade e diminuição significativa do sofrimento”, finalizou.

Rudval Souza da Silva é enfermeiro com mestrado e doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFBA e doutorado na Escola Superior de Enfermagem do Porto – Portugal. E esteve entre os palestrantes nacionais do VII Congresso Internacional Cuidados Paliativos da ANCP, realizado entre os dias 21 e 24 de novembro de 2018.


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